Minas Gerais - Dia 1
Esta viagem estava prometida há muito tempo. Era uma daquelas que teria de fazer antes de ir embora. Só com a chegada do grande amigo Daniel é que a possibilidade se concretizou. Tempo e carro foram ingredientes que se revelaram essenciais no percurso: é que no Brasil 500 km de estradas não são equivalentes a 5 horas de tempo. Para dar um pequeno exemplo, os últimos 100 km levaram cerca de duas hora e meia a percorrer, sendo que a estrada se poderia assemelhar quer a Marte quer a um campo de minas, de tantas crateras que ela possuía.
As cidades históricas de Minas Gerais têm um valor histórico e cultural muito grande quer para Portugal quer para o Brasil. Elas surgiram com a descoberta do ouro no século XVIII, e a sua evolução está intimamente relacionada com a abundância do metal precioso na região. Durante o período de maior generosidade, os artistas mais famosos do Brasil trataram de erigir igrejas e decorações belíssimas: quando o ouro começou a escassear, o chamamento esmoreceu e toda a região começou a entrar em decadência, pois não havia ali outro ramo de actividade económica que pudesse sustentar as populações locais. Hoje em dia, a economia local sobrevive graças à extracção mineira e também ao turismo.
O primeiro dia de visita serviu para conhecer São João Del-Rei, Tiradentes e ainda chegar a Ouro Preto, antiga capital do Estado de Minas Gerais. É difícil dizer o que é que foi mais interessante: se o museu do Presidente Tancredo Neves, que foi o primeiro presidente eleito directamente pelo povo depois da ditadura militar, se a Igreja Matriz de Santo Antônio em Tiradentes ou ainda a aventura que foi chegar a Ouro Preto, em estradas alternando entre boas e muito más e sob uma chuva intensa que provocou vários alagamentos ao longo do caminho.
Este foi o aperitivo. No dia seguinte, três cidades para visitar: Ouro Preto, Mariana e Congonhas.