Dia 3 - Barragem de Itaipu, Paraguai e Parque das Aves
O terceiro dia do passeio ao triângulo de Foz do Iguaçú começou com uma visita à usina hidroeléctrica de Itaipu. A barragem foi construída no curso do rio Paraná, a cerca de 10 quilómetros da cidade, e é administrada conjuntamente pelo Brasil e pelo Paraguai. O nome tem origem numa ilha que existia antes da construção da barragem: em tupi-guarani, Itaipu significa "pedra que canta", em alusão ao som que a água produzia ao colidir com a ilha.
Não tinha a noção, mas trata-se da maior fábrica de energia hidroeléctrica do mundo quer em energia produzida quer em capacidade instalada. Fornece 25% de toda a energia consumida no Brasil e 90% de toda a energia do Paraguai. O acordo de princípio entre os dois previa a partilha equitativa de toda a produção: no entanto, o Paraguai vende grande parte daquilo a que tem direito ao Brasil, que tem necessidades de energia mais elevadas. A albufeira formada pela barragem não é muito grande: mesmo assim, permitiu a criação de instalações turísticas nas margens do lago, e que atraem imensos turistas no Verão. Para além disso, existe um canal exterior que permite a ligação entre o rio e o lago, que permite aos peixes deslocarem-se entre eles.
A seguir, Paraguai. O primeiro lugar onde me senti verdadeiramente na América Latina. Para começar, trânsito caótico para atravessar a Ponte da Amizade, que une os dois países. Há imensas motas e carrinhas que tratam de introduzir mercadoria contrabandeada em território brasileiro. Além deste factor, as feições dos habitantes de Ciudad del Este são predominantemente indígenas, sendo visível a olho nú alguma repressão policial. É muito comum encontrar consumidores brasileiros a fazerem compras deste lado da fronteira, pelo que a maior parte das pessoas que aí trabalham falam um português (do Brasil) correctíssimo. Eu não escapei a esta onda de preços baratos, e posso dizer orgulhosamente que tenho uns Pumas hechos en Paraguay.
A seguir, ainda houve tempo para visitar o Parque das Aves, que reúne variadas espécies de papagaios, tucanos, araras e outros pássaros. Um dos objectivos do parque é reabilitar aves que foram capturadas por caçadores para serem negociadas no mercado negro, nos países do primeiro mundo. O passeio é extremamente agradável e foi feito antes da mudança de clima: a chuva chegou quando era tempo de partir.
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