Pela primeira vez desde que cheguei ao Brasil, decidi viajar por minha conta por este país fora. Aventura total, sem nada marcado à saída de casa. Partida sábado de manhã e regresso domingo à noite. Valeu bem a pena.
Destino: Monte Verde, no sul do Estado de Minas Gerais, a 170 km da cidade de São Paulo. Sem carro, decidi utilizar ao máximo os transportes públicos para chegar ao destino. Só não evitei o percurso de minha casa até à estação mais próxima do metrô (de taxi para variar), de onde segui até ao Terminal Rodoviário do Tietê, como sempre apinhado de gente. Primeira viagem até Camanducaia, e dali para Monte Verde. Ao todo, 4 horas para lá chegar. A cidade é um destino turísito tradicional no Inverno (especializada no turismo para
dois), e tenta recriar um ambiente alpestre e europeu. Até há algumas razões que fundamentam esta escolha: o clima (frio nesta época do ano) e a altitude são estranhos à maior parte das pessoas aqui no Brasil. No entanto, existe tanta vontade de imitar os Alpes que não se encontra quase nada de tradicional da região de Minas Gerais. A maior parte das construções são
chalês, e quanto a restaurantes, exceptuando um ou outro, os
tradicionais são de
fondue (carne, queijo e chocolate). No entanto, há uma coisa característica da região e que eu irei recordar: a simpatia de toda gente, que sabe receber os seus visitantes e bem.
Depois de ter conseguido arranjar dormida, foi tempo de partir para a aventura. Objectivo: Pedra Redonda, a 1990 metros de altitude. Parece impossível chegar lá acima, mas à medida que se vai subindo fica-se surpreendido com a facilidade da trilha. Duas horas depois, o prémio sublime. Chegava ao topo, e à minha frente estava uma paisagem fantástica. De um lado, o estado de São Paulo coberto por uma nuvem escura de poluição, e a cidade de São José dos Campos; do outro lado, o Estado de Minas Gerais, Monte Verde e uma paisagem predominantemente verde. Não apetecia mesmo saír dali...no entanto teve de ser, o dia já ia adiantado e o pôr do sol tornaria a descida pela floresta demasiado perigosa.
Domingo, nova trilha, a ser realizada o quanto antes possível pois o último
ônibus com correspondência para São Paulo saía de Monte Verde às 15h. Depois de um óptimo café da manhã, mais duas horas de caminho para atingir novo objectivo, o pico do Selado (2083 metros). Uma trilha com um grau de dificuldade maior do que a do dia anterior, mas que também permitiu ver paisagens belíssimas. Como já não houve o impacto da novidade, achei a trilha de sábado mais interessante.
Tanta caminhada deixou-me cansado. A viagem de regresso foi aproveitada para dormir um pouco, e também para saborear todos os momentos do fim-de-semana. Amanhã, regresso à Dr. Cardoso de Mello 1608 para mais uma jornada de trabalho.
Que vida louca!