O segundo dia de visitas ao Estado de Minas Gerais começou bem cedo, que era para conseguir fazer tudo o que estava originalmente planeado. Para começar, Ouro Preto, cidade classificada como Património da Humanidade pela UNESCO. Trata-se de uma cidade completamente isolada no meio das montanhas mineiras, e que devido ao seu relevo extremamente acidentado exigiu um esforço físico extra, o que tendo em conta a qualidade e quantidade dos
cafés da manhã que nos foram servido até nem foi mau de todo.
A primeira atracção do dia foi a visita a uma mina de ouro. Foi algo completamente diferente do que eu estava à espera: em primeiro lugar, a mina encontra-se dentro da própria cidade, e mais engraçado ainda, o seu acesso é feito através de uma propriedade privada; em segundo lugar, trata-se de uma mina escavada horizontalmente, e que é diferente daquela ideia tradicional que as minas ficam nas profundezas; em terceiro lugar, não logramos encontrar ouro. A cidade serviu ainda para tirar uma série de fotografias, sendo que algumas ficaram
manchadas devido à existência de cabos em quase todas as ruas. Ainda tempo de visitar outro museu e seguir em direcção a Mariana.
Mariana deve o seu nome à esposa de D. João V, D. Maria Ana de Áustria. Os retratos de ambos continuam expostos no edifício da Câmara Municipal, que aliás foi a primeira de todo o Estado de Minas Gerais. A visita a esta cidade, que dista cerca de 20 quilómetros de Ouro Preto, foi relativamente curta, mas rendeu imenso graças a um guia local que nos ofereceu uma bela visita guiada a troco de 20 reais, uns 7,50 euros ao câmbio actual. Ficamos a conhecer muitas das obras de António Francisco Lisboa, mais conhecido como o
Aleijadinho. A sua alcunha deve-se ao facto de ter vivido a maior parte da sua vida com deficiências físicas, sem que isto tenha sido impeditivo de continuar as suas obras, também graças à ajuda de três escravos. As mais importantes delas todas situam-se em Congonhas do Campo, o destino seguinte: doze estátuas representando os Doze Profetas do Antigo Testamento, majestosamente expostas em frente ao Santuário do Bom Jesus de Matozinhos.
Após terminadas todas estas visitas, foi tempo de começar a regressar, cortar um pedaço do caminho que nos separava de São Paulo. O destino escolhido para pernoitar foi o mais agradável deles todos: Tiradentes, nome dado em homenagem a um dos heróis da Inconfidência Mineira (primeiro movimento independentista do Brasil) e Patrono Cívico da Nação Brasileira. Trata-se da cidade mais pequena, e por isso também aquela que foi mais fácil de preservar ao longo do tempo.
No dia seguinte o regresso à selva de pedra. Ao todo, 1431 quilómetros percorridos. E imensas
estórias para um dia mais tarde contar.