Cadê - o meu 13ª salário?
Crónicas de Sampa
Relatos de um cidadão do mundo em terras de Vera Cruz
sexta-feira, dezembro 30, 2005
quinta-feira, dezembro 22, 2005
E muito fria.
sexta-feira, dezembro 16, 2005
ODS - "Os de Sempre"
Uma homenagem sentida a todos os que me acompanharam na Logoplaste nos últimos 9 meses. Valeu galera!!
Você fala português?
quinta-feira, dezembro 15, 2005
São Paulo
O que eu nunca fiz: apanhar um ónibus para o centro da cidade. Por 2 reais, chega-se lá sem qualquer sobressalto e tal representa uma poupança de cerca de 30 euros em relação à alternativa do táxi. Ou seja, dá perfeitamente para almoçar num botequim típico do centro, onde claramente existe uma maior mistura de pessoas: ricos e pobres, bem e mal vestidas, brancos e negros. O chopp do bar Leo está claramente no top 5 de todos os que tomei em terras brasileiras, e os seus petiscos e canapés trouxeram-me à memória as deliciosas tapas de nuestros hermanos.
Torre Banespa, mesmo no centro. Nunca dá para entrar, impressionante. Ou o elevador está com problemas de funcionamento (desculpa mais habitual), ou é domingo, ou o horário já passou das 17h. Ou seja, vou embora sem ver uma das vistas mais impressionantes de toda esta metrópole. Em compensação, visitei pela primeira vez o Pátio do Colégio e a Sé, sendo que o primeiro é o lugar onde foi fundada a cidade de São Paulo, em 1554.
Sempre me disseram que a esquina mais famosa da cidade é a da Avenida São João com a Avenida Ipiranga, onde fica localizado o Bar Brahma. Ainda não conhecia, e aproveitei para o fazer. Infelizmente o bar estava vazio, pelo que não pude sentir a verdadeira emoção do lugar, que não deixa de ser muito bonito, tais como muitos outros em São Paulo. Ainda havia outras coisas para visitar, como a estação da Luz ou o mercadão, mas era tempo de resolver os assuntos burocráticos.
Depois de resolvidos, uma última visita ao espaço mais agradável da cidade: o Parque do Ibirapuera. Pelo meio uma pequena paragem na Avenida Paulista, que delimita dois mundos bem diferentes. E é tudo.
Até Lisboa.
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Carna Itu
Trata-se de um evento que tenta recriar todo o ambiente do Carnaval fora do seu período. Existem dezenas de eventos deste género no Brasil em cada ano. As características são: muita folia, diversão, música e pegação.
De facto a realidade não é muito diferente do que foi descrito acima. No entanto, é muito mais exagerado do que imaginava. É interessante estar presente numa festa como esta para observar o comportamento mais primitivo do ser humano. Em primeiro lugar, toda a gente entra em avançado estado de alcoolémia dentro do recinto; em segundo lugar, toda a gente segue o trio elétrico, tal como as beatas seguem uma prossição; e o objectivo é beijar o maior número de pessoas possíveis (estou a falar no geral, como é óbvio nem toda a gente vai para isso). Um dos episódios mais interessantes é visitar os dois postos médicos instalados no recinto, ou pura e simplesmente caminhar dentro do mesmo e observar jovens completamente fora de si, deitados no chão a ressacar.
Uma seita é capaz de ser a maior comparação que se pode fazer com uma micareta. Para além de toda as pessoas estarem extasiadas, e seguirem religiosamente um camião de música, o uniforme (abadá) é igual para todos. Existe apenas uma diferenciação na cor para quem tem acesso ao camarote.
É para rir, para observar, tomar notas e não voltar (pelo menos para mim). E para os mais curiosos, aviso que o Carnaval de Salvador é isto multiplicado por dez (segundo dizem os entendidos no assunto).
sábado, dezembro 10, 2005
Vai ser uma semana muito movimentada, nem sei se vou ter tempo para publicar postas, mesmo tendo vontade de escrever com calma sobre uma série de temas. Se não...ficam para Lisboa.
quinta-feira, dezembro 08, 2005
terça-feira, dezembro 06, 2005
Cartazes - Propaganda é coisa que não falta no Brasil. Aliás, um pouco por todo o lugar onde há políticos estas coisas aparecem. Eu gosto particularmente dos que fazem alusão à despoluição do Rio Tietê, o mais importante da cidade de São Paulo. Deixo aqui apenas algumas fotografias para averiguarem a credibilidade dos mesmos.
segunda-feira, dezembro 05, 2005
Série A
Não se trata de brincadeira, no entanto é necessário explicar alguns factos importantes que originaram este desfecho. Este campeonato foi abalado por vários escândalos de arbitragem, sendo que o maior deles todos levou à repetição de 11 jogos arbitrados por um único juiz. Ele estava envolvido num esquema de apostas ilegais na internet e era pago para influenciar os resultados dos jogos que apitava. Dois destes jogos envolveram o Corinthians, clube mais popular da capital paulista. Em ambos saiu derrotado, mas o mais engraçado é que não era para ter sido. A missão do árbitro era de beneficiar esta equipa.
A descoberta do escândalo chocou os adeptos do desporto-rei no Brasil. Exigiram-se medidas implacáveis, sendo que a mais drástica passou pela repetição de todos os jogos em que o árbitro em questão esteve presente. O Corinthians, que tinha perdido os dois jogos, acabou por recuperar 4 pontos. O problema é que o Internacional de Porto Alegre terminou o campeonato a 3 pontos do Corinthians, e alega que os jogos nunca poderiam ter sido repetidos. Um tribunal civil do Rio Grande do Sul anulou a repetição dos 11 jogos neste domingo, o que impediu que a taça de campeão fosse entregue ao Corinthians. Ou seja, não se sabe muito bem qual é a classificação que é válida neste momento…
A festa está rija em São Paulo. Nem tanto em Porto Alegre.
sábado, dezembro 03, 2005
As mais intrigantes são aquelas que começam pela letra h. No Brasil, o som natural do “h” é substituído por um “r”: um estabelecimento de nome Habib’s pronuncia-se como Rabib’s. Não sei de onde vem esta mania, mas deixo-vos dizer que há dois que adoro ouvir: música rip-rop e rebuçados Ralls.
sexta-feira, dezembro 02, 2005
Insólito - entrar num boteco e ser atendido por um empregado de nome Loiola, em claro destaque na placa de identificação.
Delegacia da Polícia Federal em São Paulo. Consigo arranjar um número de telefone, no entanto trata-se de uma conversa gravada. A primeira tarefa é chegar até à telefonista: aí começa o carrocel.
“Bom dia, sou cidadão português, o meu visto expira dentro de dez dias e a minha passagem para Portugal só está marcada para uma semana depois. O que é que eu preciso fazer para resolver esta situação?” – (com sotaque brasileiro).
“Só um minutinho” – a voz do outro lado respondeu (na verdade foram cinco minutos). Outra voz atende a chamada, aí recomeço:
“Bom dia, sou cidadão português, o meu visto expira dentro de dez dias e a minha passagem para Portugal só está marcada para uma semana depois. O que é que eu preciso fazer para resolver esta situação?” – (com sotaque brasileiro mais acentuado, para ter a certeza que me entendem desta vez).
“Só um minutinho” - não estou a brincar, exactamente a mesma resposta. O multiplicador de minutos chegou a dez. Após este período, uma nova luz ao fundo do túnel. Será desta? Voltei a repetir a minha frase mágica. Um pouco mais detalhada, para ver se resultava. A resposta foi categórica: “vou reencaminhar para o departamento responsável”. Ainda tentei replicar dizendo que já era a terceira pessoa que me fazia isso, para serem breves. Nem chegou a ouvir, o som da música de espera tinha começado.
Durou meia-hora. Obviamente, desisti.