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terça-feira, junho 14, 2005

Museu do Ipiranga - Um dos grandes problemas da cidade é a ausência de espaços abertos, exceptuando um ou outro que já aqui descrevi, como é o caso do Parque Ibirapuera. Ao fim de uns meses a viver, sinto-me como encurralado entre os carros, as pessoas e os arranha-céus.

E também há oásis. O Parque da Independência, onde se situa o Museu do Ipiranga, é um espaço cheio de vida, vegetação e fontes. Parece algo de banal mas no meio desta selva de pedra, cada cantinho de verdura que é descoberto assemelha-se logo ao paraíso.

E ainda há o museu. Extremamente interessante, retrata a história do Brasil, sobretudo desde a época de Pedro Álvares Cabral até finais do século XIX, quando a sua construção foi terminada. A sua construção foi, aliás, um desejo firmemente expresso logo após a independência, cuja proclamação ocorreu perto do local onde o museu foi efectivamente construído. O seu conteúdo é extremamente interessante: fiquei a saber que muitos nomes de ruas e rodovias são um tributo aos muitos conquistadores portugueses que penetraram pelo continente adentro; também que durante anos se considerou que o Brasil era uma ilha, formada pelo Oceano Atlântico e pelos dois maiores rios da América do Sul, o Rio da Prata e o Amazonas que estariam ligados por vários canais; e reparei ainda através de artigos de imprensa do início do século passado que o português utilizado possuía ainda mais diferenças em relação à língua mãe do que na actualidade.

Para além disso, mapas, de todos os géneros e feitios, da grande América Portuguesa como era chamada na altura. O nome até soa estranho. Ainda maquetas de São Paulo no início do século, que acabava na Avenida Paulista e outra do museu, que acabou por ficar pronta quase ao mesmo tempo do que o verdadeiro. Só que com uma diferença: na versão original faltam duas alas laterais, que não foram construídas por falta de verbas.

Alguma coisa o Brasil teve de copiar de Portugal, nem que fossem só as coisas más.

1 Comments:

At 5:13 da manhã, Blogger laranjeiro said...

Acreditas que nunca fui la ao museu?
falha minha que vou rectificar em cedo.
abraço

 

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