Morumbi
Para celebrar um mês de estadia em São Paulo, nada como assinalar a data com uma estreia num jogo de futebol no Brasil. Aqui, todo o cuidado é pouco para escolher um jogo: quando a torcida está muito dividida, como em derbys de São Paulo, a violência é de fácil deflagração e por essa mesma razão o torcedor tem de planear a ida ao estádio de forma a não cruzar-se com adeptos adversários.
O jogo escolhido não podia ter sido melhor: Copa Libertadores, o equivalente da Liga dos Campeões na América Latina. Local: estádio Morumbi, com capacidade para 70 mil espectadores, São Paulo FC contra Quilmes da Argentina. A rivalidade entre o país das pampas tima e o Brasil é enorme, basta dizer que a palavra ódio é suave para definir os sentimentos que estes dois países nutrem um pelo outro. No entanto, como os argentinos não tinham torcida e o São Paulo é o clube mais chique da cidade, conotado com a classe média alta, o risco diminui e pôde-se assistir a um belo espectáculo, quer dentro quer fora das quatro linhas.
O que muda em relação à Europa? A torcida, sem dúvida. Toda a gente canta do princípio ao fim, ensaiam-se coreografias, mesmo nas bancadas centrais. Para além disso, são as camisolas despidas que fazer o belíssimo colorido que os cachecóis emprestam aos estádios portugueses. Talvez essa seja uma justificação para a reduzida presença feminina. Outra diferença gritante: o torcedor apenas se senta durante o intervalo.
O jogo em si não foi relevante. O mais insólito, só soube no dia seguinte: um jogador argentino que tinha feito comentários racistas em relação a um jogador do São Paulo foi preso no balneário, após o final do jogo, exactamente por este motivo (parece que uma câmara captou as imagens).
Neste momento, 48 horas após o final do jogo, o jogador continua atrás das grades, sózinho numa cela onde não pode ser contactado e sem direito a colchão...
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