Curva de Lorenz
Um dos aspectos que mais me tem impressionado em São Paulo é a quantidade de pessoas que têm emprego e que à primeira vista parece não ter qualquer utilidade para o empregador. Há de tudo: pessoas a desviar o trânsito nas portagens das auto-estradas (sim em plena faixa de rodagem), pessoas para entregar e recolher bilhetes nos parques de estacionamentos de shoppings, ou ainda pessoas para arrumar as compras dos clientes num supermercado.
Tenho a nítida sensação que toda esta gente está a mais. Também sinto que há um esforço enorme para lhes oferecer alguma coisa, por muito pouco que seja. Se fossem abolidas as profissões de porteiro, segurança, para além daquelas que já referi acima (por sinal mal remuneradas), ainda seria possível aumentar mais as disparidades na distribuição do rendimento.
Uma das causas para o fosso existente na sociedade brasileira é a dimensão do número de pobres. Em profissões domésticas, por exemplo, é sempre possível arranjar alguém que queira fazer o mesmo trabalho por um valor infinitamente mais pequeno. Na teoria este valor pode chegar ao limiar mínimo de subsistência. Este facto é um reflexo de não haver oportunidades iguais na educação. Quem quer, tem de pagar um preço que milhares de famílias nem sonham. O caminho mais fácil para quem não usufrui deste privilégio é o banditismo e a violência.
Custa muito ver este desfile à frente dos olhos. No entanto, é difícil saír deste círculo vicioso. Como há violência, a segurança pode ser conquistada através de uma das seguintes formas: ou se oferecem oportunidades iguais a todos, assumindo-se um compromisso para acabar com esta desigualdade ou contrata-se mais um segurança privado. A segunda é mais barata, dá menos chatices, e a primeira infelizmente é ainda uma utopia.
2 Comments:
e ha ainda uns tais de contactos a viverem por aqui sem problemas desses eheheheh
ai q saudades
Fala mas é de gaijassss
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